BANDA EDDIE - QUI 30/05 (abertura da casa 20h)
BANDA EDDIE - QUI 30/05 (abertura da casa 20h)
  • Qui 30 de Mai
  • 21:30
  • Casa de Francisca
    Rua Quintino Bocaiúva, 22, 01004-010, Sé, São Paulo, SP
Vendas Encerradas
Descrição do evento

QUINTA 30 MAIO 21h30
(abertura da casa 20h)
EM PÉ -  show R$35 - 1º LOTE
EM PÉ -  show R$44 - 2º LOTE
EM PÉ -  show R$53 - 3º LOTE

Os lugares sentados (arquibancada, balcões, mezanino e salão novo) estarão disponíveis de forma rotativa para uso coletivo.
Não haverá lugares marcados.

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“Carnaval Chanson” é obra-prima da Eddie para tocar o ano inteiro

Xico Sá


No front desde 1989, ano emblemático da primeira eleição para presidente depois da Ditadura, a Eddie chega ao seu décimo álbum com uma obra-prima dedicada à canção momesca: “Carnaval Chanson”. É trilha sonora para a festa de rua e de salão, no pique do frevo – ritmo revigorado pela própria banda nos últimos anos – ou na marchinha em andamento romântico que leva Serge Gainsbourg para as ladeiras e quintais de Olinda.

Você sabe lá o que isso? “Carnaval Chanson” é a Eddie de Fábio Trummer (mais Alexandre Urêa, Andret Oliveira, Rob Meira e Kiko Meira) com a benção musical das vozes de Karina Buhr e Isaar em todas as faixas. Sinta o feitiço que a dupla assegura. Seja na alegria mais acelerada, seja na ponta de melancolia que algumas cançoes demandam – afinal de contas, toda festa, em qualquer estação do calendário, contém um pouco das cinzas da quarta-feira ingrata.

“Carnaval Chanson” chega com o desassossego lírico do cronista e compositor pernambucano Antônio Maria. É do “menino grande” o “Frevo Nº 1”. Feche os olhos e imagine os psicodélicos estandartes dos maracutus sob o sol do Recife – tão longe e tão perto. Seguem o Maria nas composições, bambas como Zé Keti, Capiba e Moraes Moreira. Os hinos formam um capítulo especial neste disco-romance. Sim, em plena era das músicas avulsas, a Eddie romanceia uma história inteira como uma criatura que sai do período carnavalesco cheio de boas memórias – além da ressaca dengosa, óbvio.

Os hinos do Batutas de São José, do Ceroula, do Cariri, do Segura a Coisa e do Segurucu consagram a alma encantadora das ruas, com seus versos de greia (humor sacana de Pernambuco) ou de barroca solenidade festeira. O mitológico Homem da Meia Noite abençoa a todos e todas lá de cima.

“Pra tirar coco”, versão subversiva e arruaceira do velho sucesso de Messias Holanda, é candidata a hit de todas as farras, carnavalescas ou não, de agora por diante. Tente ficar parado sob o efeito da viciante composição do forrozeiro do Cariri cearense! Impossível. Essa missão coqueiral me leva, por caminhos tortos da poesia, à lindeza da obviedade ululante daquele mesmo coqueiro que dá coco na “Aquarela do Brasil”. Guardadas as devidas vênias estéticas, Ary Barroso segue pela trilha do ufanismo e do samba-exaltação; Messias apruma na linha cética, tipo São Tomé, precisa abrir o coco só para tirar onda do seu formato e conteúdo.

É muita fartura e riqueza para um álbum só. Peço mais uma atençãozinha para um ponto que não é apenas um detalhe, é muito significativo: o arranjo de sopro que o músico e inventor de sonoridades Caçapa (parceiro da “Fuloresta do Samba”, clássico de Siba) traz para o extraordinário “Carnaval Chanson”. Você sabe lá o que isso?!, perguntaria um sábio e orgulhoso maestro do frevo batuta e universal de Pernambuco.

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